novembre 13, 2012
guache s/ moleskine grande
Nada dói mais, nada é mais abissal que o vento abrasador da loucura. Ela vive uma terrível subjetividade. Em suas vísceras surtia a crise aversiva, suspeitosa, desesperada. A sua vocação era o subterrâneo, parúsia de sustos e dor.
Pensar dói. O cotidiano fere quando se sabe ser de alturas onde asa alguma cruzou e se conhece abismos onde pé algum jamais se extraviou. É preciso não ter nervos, ter apenas um ventre feliz.
Loucura não enquadra em tempo, história e sociedade. É: desdobrar, demolir, dezarrazoar, anular, dissolver, desbaratar a dialética e a verdade, sem sujeito, a soçobrar a ordem do jogo do acaso, de forças diferentes e intensivas, máscaras de desrazão.
Flutuações do de fora escapam, transbordam, quase um véu de arte, da interpretação da vida e dos valores. Desordem informe, desarticulada, feia, burra, o vazio ressonante da potência de um gesto.
E a intenção era ser humilde e doce de coração. Que malogro!