A criança, antes de possuir uma mínima aptidão para a leitura e escrita, já possui uma escritura em seu inconsciente. Esta referindo-se à inscrição de uma marca do impossível de se saber, quando ocorre o recalque primário e é formado o Aparelho Psíquico. Essa perda primordial, da possibilidade de se saber sobre tudo mostrará à criança o real da falta, a castração, o Outro é castrado. O que importa na formação de sua personalidade é o modo como ela vai encarar esse saber a menos, que, segundo Freud, gira em torno do mistério da morte e do sexo.
O caráter da criança constitui-se como o efeito de como esse sujeito experimenta a curiosidade sexual. Quanto mais indagações, melhor o prognóstico. Mesmo que nunca se vá obter respostas completas, é interessante e saudável o perguntar. Freud descobriu que a curiosidade sexual antecede a intelectual. Mas não pode ser satisfeita toda, gerando o fracasso das investigações infantis. A maneira da criança lidar com esse fracasso, aceitando-o ou recusando-o, influenciará em seu desejo subsequente de saber mais, de conhecer. Há, portanto, estreita relação entre saber, desejo e conhecimento. « As perguntas intermináveis das crianças são verdadeiros circunlóquios que vêm em substituição a uma pergunta que a criança nunca faz. »(Freud)
Inibição, sintoma e sublimação correspondem às vicissitudes que a pulsão toma frente ao fracasso nas investigações sexuais infantis.
Na inibição, o sujeito evita a angústia conscientemente não exercendo a função(no caso, a função intelectual). Há uma restrição da função. Evita-se novas formas de recalcamento. A criança mostra-se indiferente ao aprender, parece que não há desejo, não aprender não é problema para ela. O acesso ao desejo não ocorre sem angústia. Na inibição o sujeito evita angústia a todo custo, então parece não haver desejo. É uma defesa psíquica.
Já no sintoma, a função é exercida. A atividade intelectual existe, embora seja distorcida e não livre. Há o retorno do recalcado, que é incosciente. A função é erogeneizada inconscientemente. A representação emerge de forma distorcida através dos mecanismos de deslocamento e condensação pelo processo primário. O sintoma corresponde a um enigma, uma referência clara ao inconsciente. O conteúdo recalcado é associado à atividade intelectual emergindo como um sintoma – por exemplo a compulsão por pesquisa. Profissionais percebem, na clínica, que um sujeito com inibição quando começa a suportar certa angústia produz sintoma. Este é o mais fácil de ser trabalhado, pois já há certa aceitação de angústia, a qual é inevitável em qualquer aprendizagem.
A sublimação é a vicissitude mais saudável por não possuir qualidade neurótica. O sujeito apenas desvia a curiosidade sexual para outra curiosidade (intelectual, artística, atlética…). É a melhor saída para a pulsão.
juillet 30, 2008 at 1:08
concordoo!!
http://tokuji.kawaii.zip.net/
juillet 30, 2008 at 1:18
otima explicação.. com termos faceis de entender.. achei muito bom .. principalmente que aprendi um pouco sobre « comportamento » humano .. aqui no caso crianças!!
abç..
juillet 30, 2008 at 1:22
Bom né, Freud é vivo e bem vivo ainda! Eu me interesso muito por comportamento, escreva mais sobre isso, para leigos sequiosos como eu! bjs
juillet 30, 2008 at 1:38
sim, o STJD não tem critérios para julgar as coisas, aí da no que dá. Mas o Sergipe e o Itabuna tem culpa no cartório. O sergipe, por não observarem o regulamento, o Itabuna, por jogar mal mesmo!
Depois comento sobre seu texto.
juillet 30, 2008 at 2:03
Inteligente, atenta, mulher danada! Pegou o espírito e o esquema do texto, adorei!
juillet 30, 2008 at 2:06
Foi uma grata surpresa encontrar seu blog. Tenho grande interesse em psicologia, e acredito muito que a área de comunicação onde atuo necessita cada vez mais desta ciência para procurar um norte.
Percebi que você deu uma pincelada em Chomsky também. Minha namorada estuda letras e, por meio dela, fiquei maravilhado com psicologia da educação, das falar egocêntricas da criança, enfim. Passei a me entender melhor depois desta iniciação à psicologia.
O benefício da dúvida, da pergunta, do questionamento é inegável. Faz muita falta este exercício liberto de aprender em nossa cultura, algo que vêm auxiliando na queima de mais e mais gerações em nosso Brasil.
juillet 30, 2008 at 6:04
Seu texto reflete muito conhecimento sobre psicologia infantil, podendo ajudar profissionais da área e leigos, como eu. Obrigada.
juillet 30, 2008 at 7:59
seu blog eh mto bom
vc escreve bem
parabens
sucesso
abraços
juillet 30, 2008 at 8:08
adorei o texto… estudei dois peridos apenas de psicologia na facul.. mas o bastante para me interessar muito.. vc é psicologa? psicanalista? se nao for , onde conseguiu o texto … e se for entre em contato por favor..
bjsss
juillet 30, 2008 at 9:32
parabens pelo blog… esta mto bom!!!!
juillet 30, 2008 at 9:52
Freud sempre explica.
Acho tão interessante todos os seus estudos sobre a sexualidade, sobre a família, sobre as crianças…
Ele é demais.
juillet 30, 2008 at 9:54
Satisfeita estou em aprender um pouquinho! Grata estou por ter deixado bem claro e interessante!
Visitarei seu blog mais vezes..
juillet 31, 2008 at 3:15
Adorei vir aqui!! seu blog merece ser visitado sempre! muito criativo e rico em informações bacanas e curiosas!=D e adorei o neologismo « duvidologia »!! Esse último texto tb está d+! Vou ler os outros!o/
août 10, 2008 at 9:38
concorso plenamente…
obs.: tania, tania hmmm…. professora Tania?
septembre 1, 2010 at 7:40
Olá,
Muito bem. Mas gostaria de saber como é o tratamento com criança que tem fracasso escolar, na sua concepção/abordagem…
Grata,
Deise